Houve um tempo em que amar a Jesus significava tomar a sua cruz e segui-lo. Os cristãos eram conhecidos como um povo que, de fato, impactava a sociedade por meio dos seus valores e atitudes. A busca da santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor, como alerta o autor do livro de Hebreus no capítulo 12.14, era uma marca do crente. O evangelismo, o discipulado e o cuidado mútuo eram tão presentes na vida da igreja que atraía os de fora. Nos cultos havia conversões, curas, batismo com o Espírito Santo. Você já viveu esse tempo?
Sinceramente, não gosto de saudosismo. A própria Bíblia diz que essa não é uma boa atitude: “não viva saudoso dos bons e velhos tempos, isso não é sábio.”
Eclesiastes 7.10 (NVT). Mas, é preciso voltar ao primeiro amor!
Infelizmente, o cristianismo atual, cultural, prefere deleitar-se a morrer. Não está disposto a nada que envolva sacrifício. As disciplinas espirituais estão relegadas ao passado. O cristianismo transformou-se em uma “cultura” gospel. Um modelo de vida insípido, sem poder, ajustado aos padrões do mundo, que serve apenas para atender às necessidades imediatas de prosperidade.
Não é esse o verdadeiro Evangelho. O tema que Deus trouxe ao coração da nossa igreja para este ano foi: alcançando vidas, formando discípulos e cuidando uns dos outros. Mas não conseguiremos alcançar esse alvo pela força dos nossos próprios braços. Precisamos nos voltar ao Senhor, buscar a sua face, nos arrepender dos nossos maus caminhos. (Cr. 7); precisamos nos encaixar menos no mundo, mudar conceitos, transformar a nossa mente (Rm 12); precisamos orar sem cessar (ITes 5); precisamos jejuar e pedir a Deus pela segurança que vem do alto (Esdras 8); precisamos cumprir a Grande Comissão que nos foi designada (Mc 16).
Oremos para que, em 2023, vejamos o milagre de vidas transformadas; nos tornemos discípulos multiplicadores, obreiros aprovados, que manejam bem a Palavra; sejamos servos que desfrutam da intimidade com o mestre Jesus, morrendo todo dia para o mundo, nos ocupando cada vez mais das coisas e das causas do Reino e que possamos desfrutar do cuidado e da comunhão dos santos.
Feliz 2023!
Rosana Seiffert